IM 70.3 Brazil

Bom, antes de mais nada devo dizer que não faria a prova. Não faria porque achei o valor da inscrição um absurdo. US$ 500,00 por uma prova de 70.3 é algo fora dos padrões internacionais. É  bem fácil encontrar provas de 70.3, do circuito WTC, por US$ 250,00. Assim, pagar o dobro para fazer uma prova aqui não me pareceu a escolha mais sensata. Já havia reservado uma outra prova de 70.3, nos EUA, em substituição ao 70.3 Brazil. Outro ponto que me desanimou bastante foi a mudança da prova para Brasília. Já morei na cidade, gosto da cidade, mas entre nadar no mar ou num lago, não tenho dúvida em escolher o mar. Um último ponto que me deixou um pouco preocupado foi a questão climática. Brasília, nesta época do ano, tem índices de umidade relativa do ar muito baixos. Correr uma prova num clima de deserto não é a coisa mais sensata a se fazer. Há mais o mundial de Vegas é no deserto....ok, é mesmo, mas e daí? Não acho certo que seja. Aliás, já mudou!
 
Bom, a minha ida para Brasília foi de carro. Saindo de Santos encarei cerca de 13 horas de carro até lá. Não foi a decisão mais sábia, pois é uma viagem bem cansativa. Cheguei em Brasília na sexta-feira. Fui até a Expo para retirar o meu kit.
Chegando no hotel, saí para dar uma volta com a bike para fazer um teste e ver se estava tudo ok. Depois, na seguida, fui correr. Corri por 30 minutos, de forma bem leve, mas foi o suficiente para ver (ou sentir) o que é ser castigado pela baixa umidade.
 
Com o kit em mãos, e um treino leve nas costas, fui para uma pizzada na casa de amigos. Meu jantar de massas já estava garantido. No sábado fui até a Expo para entregar a bike. Aproveitei para dar mais uma olhada no Lago Paranoá. Bem bonito o local. Fiquei com uma boa impressão. A organização do evento estava legal, nada devendo às provas no exterior.
 
Dia da prova
 
Acordei 3:45 horas e fiz o meu tradicional café da manhã com panetone e suco. Minha hidratação e alimentação estava garantida com alguns produtos da First Endurance. Experimentei os produtos da EFS e não parei mais de usá-los. Nunca me deixaram na mão.
 
Cheguei na área de transição cedo, bem cedo. Fui para a bike, preparei as garrafinhas de água (2 com água e uma com EFS - para hidratação e reposição de minerais). Também deixei separado, junto com o capacete da bike uma bisnaguinha com EFS shot (muito carboidrato), suficiente para umas 4 horas de pedal.
 
Wetsuit colocado, óculos ajustado, vamos para a área de largada. O sol estava bem na direção da bóia. Uma sugestão para as provas futuras seria ajustar um pouco a posição da bóia. Pois da maneira como ficou, ficamos cegos na ida (em função do sol) e na volta (pois ter que olhar para o sol por alguns minutos maltratou os olhos). Apesar de sentir a água um pouco pesada a natação desenvolveu bem. Foi a minha melhor natação em uma prova de 70.3. Pouco mais de 30 minutos, para alguém que nada mal, não foi tão ruim. Acredito que os treinos com a Equipe da FEFIS/Unimes, em Santos, tenha me ajudado bastante. Enpolgado com o tempo da natação, saio voando para a transição e na busca de fazer uma transição mais rápida.....ficou na sacola a minha bisnaguinha com o carboidrato da bike ....... OMG! A única coisa que teria para comer na bike e me dar energia eram 2 bananadinhas, com açucar, que havia deixado fixas no quadro da bike, com fita adesiva. Nem pensava em usá-las, mas depois que saí com a bike (e vi que estava sem o meu carbo....) pensei que seriam a minha salvação.
 
Bom, como estou treinando para uma prova de ciclismo, de longa duração, fazer a perna de bike de um 70.3, representou um desafio, pois era uma prova "curta", de explosão. Algo bem diferente do que estou treinando (em setembro farei uma prova de 48 horas de pedal). Mas, pressionado pelo bom tempo da natação, saí para fazer um pedal, pelo menos razoável. Tentei fazer uma média de 35 km/h. A primeira volta foi tranquila. Comi uma bananinha e vamos que vamos para a segunda. Logo após a passar pela ponte JK fui "pegar" a minha garrafinha (na verdade a garrafona) que estava fixa, na parte de trás do selim, e que continha o produto da First Endurance, com os sais minerais necessários para suportar calor e ritmos de prova, sem sentir demais. Bom, ao buscar a garrafa e nada encontrar pensei...o que pode ter acontecido? Resposta: perdi a garrafa num buraco (mais tarde, com a corrida já terminada, um colega que fez a prova disse ter visto a garrafa cair...... eu não vi, não senti....). Bom, sem meu gel, sem meu líquido mágico, restou tomar um pouco de gatorade e terminar as 2 voltas da bike com uma pedalada um pouco mais conservadora. Fechei o pedal em 2:45 horas.
 
Chegando na área de troca, a primeira coisa que fiz foi pegal a minha bisnaguinha com o EFS separado para a corrida e segurar na mão! Calcei o tênis e saí para correr. Começei correndo com o pace de 5:30 para acostumar o meu corpo com a mudança (bike para correr). Nos meus treinos, tocava os 21 km para um pace de 4:15, de modo que estimei um pace médio de 4:30 para a meia maratona. Eis que o meu ritmo não se encaixava.... consegui colocar 4:30, mas estava um 4:30 suado, forçado....não conseguia entender o que estava acontecendo. Fui perdendo resistência, tendo cada vez mais dificuldade para manter o ritmo. Após a primeira volta (cerca de 7 km) resolvi esquecer a meta de 4:30 e trabalhar com a busca de um pace de 5:30, mas ainda assim não dava. Na segunda volta estava bem complicado. meu corpo sentiu bastante. Talvez a má alimentação na bike tenha me quabrado. talvez eu devesse ter feito uma bike menos forte (dada as condições - sem gel e sem o "hidrate") e ter iniciado a corrida em melhores condições. O que sei é que não consegui encontrar meu ritmo na corrida e cheguei a ter algumas cãimbras na última volta. Fechei a corrida em 2:20 hs. Muito ruim o desempenho para quem esperava fazer a corrida em 1:30, ou 1:40, no máximo.
 
Resultado final 5:45. Apesar do tempo de prova fiquei feliz por ter participado e encontrado alguns amigos. Foi muito bom, ao final da prova, encontrar o Guto Antunes, com a esposa e a sua filhinha. O Guto Antunes é um pro que rala muito, pois tem que conciliar uma agenda muito dura de treinos e trabalho...e ainda assim o cara me faz a melhor corrida da prova!
 
Bom, vamos aos aspectos positivos da prova
 
1) Circuito bem legal, muito bom mesmo. O lago é bacana, a bike excelente, a corrida idem;
2) Organização bacana;
3) O lanche/refeição pós prova estava muito bom. Achei acima da média, inclusive em relação as provas que costumo fazer no exterior.
 
Aspectos negativos
 
1) Bóia frontal ao nascer do sol. Talvez um pequeno ajuste de posição ajuda muito na natação;
2) Houve vácuo em muitos momentos da prova, mas acho que nem foi por "maldade"....eu odeio vácuo e "vaqueiros". Em alguns momentos tive que usar o freio da bike e deixar o pelotão seguir em frente para não fazer parte do pelote. Uma solução pode ser a largada em "ondas" para evitar uma aglomeração muito grande de pessoas saindo ao mesmo tempo da transição swim/bike;
3) Quasde fui atropelado por um carro da polícia que entrou na faixa das bikes para entrar numa pista ao lado. Por favor, mais atenção. Eu estava descendo, a mais de 40 km/h....como é que o carro entra na minha frente? Tive que usar o freio, de forma brusca. Não só eu, mais 3 outros ciclistas que vinhas logo atrás, corremos um grande risco;
4) Observei, na corrida, 2 atletas correndo com acompanhantes, que não estavam fazendo a prova, para ajudar na manutenção do ritmo....isso é um absurdo. acho que cabe uma maior fiscalização neste aspecto.
 
Mas, no geral, a prova foi bem legal e espero fazê-la em 2014. Apesar do sofrimento na prova...duro mesmo foi voltar para Santos de carro. saí de Brasília às 15:15 hs, no domingo, e cheguei em casa às 0:15 de segunda....isso sim é para homem de ferro!
 
Mahalo!

Como não pagar para viajar com a sua Bike



Quem costuma viajar para o exterior para fazer provas de triatlo, ou de ciclismo, já deve ter tido surpresas desagradáveis na hora de despachar a sua bike. Já paguei US$ 150,00 e até US$ 200,00. Mesmo as bikes sendo leves, os bike cases têm medidas superiores as permitidas pelas empresas aéreas para que se enquadre a bike como uma bagagem comum. A medida é 62 inches.

Depois de muito sofrer, e gastar grana para levar a bike, descobri um bike case fabricado pela Ruster que atende as medidas exigidas pelas empresas aéreas. Ele é composto por 2 peças. Uma para levar as rodas e outra para a bike. Detalhe, para se ajustar ao case, o garfo da bike tem que ser retirado. O bike case não é rígido, como o da Thule, por exemplo, mas é bem resistente e seguro, mesmo para bikes de carbono. Já utilizei o bike case em 2 ocasiões e não houve problema algum.

Vamos simular a economia com o bike case da Ruster. Se você for do Brasil para os EUA, com a United, ou Delta, por exemplo, o custo de levar a Bike seria US$ 400,00. Ou seja, em uma viagem você já quase recuperaria o valor investido No caso de voôs internos nos EUA, supondo que você não tenha cartão de fidelidade (nível elite), você pagaria US$ 60,00 por trecho (25 pela primeira bagagem despachada e 35 pela segunda). Uma economia de US$ 140,00.

www.rustersports.com




Nem todo Ironman é um triatleta!

Hoje passei um bom tempo no facebook discutindo a questão da febre do Ironman (IM). Virou febre. Todo mundo quer fazer. Quem nunca fez triatlo começa, em alguns casos, fazendo a inscrição para o IM. É possível fazer isso? Sim, é claro que é, mas pode ser que cause traumas, ou acabe com a motivação do candidato ao IM.

Vamos analisar a questão do tempo de prova. São 17 horas. Dá para nadar bem tranquilo em 2 horas, ou um pouquinho mais. Dá para dar um rolê de bike em 7 horas e meia, ou 8 e ainda sobram quase 8 horas para uma bela caminhada na maratona. Uma corridinha no final e.....você é um Ironman! Viu, não é difícil ser um IM. Mas para ser triatleta tem que ter disciplina, treinar muito, cuidar da alimentação, do sono. Uma vida muio regrada e quase espartana. Isso não é fácil.

Eu até acredito que o verdadeiro triatleta, muitas vezes, gosta mais de treinar do que competir. Ele pode não ter a meia de compressão combinando com o restante da roupa, o tênis combinando com a viseira,  a bike com a sapatilha e por aí vai. O prazer para o triatleta está nos treinos e, para os mais competitivos, na prova em si, buscando sempre a superação.

Existe grande chance, então, de se fazer um IM, em 17 horas, com pouco treino, até fora de forma, e ainda dá para cruzar a linha de chegada gritando, agitando e tudo mais....mas, na minha visão isso não fará de você um triatleta, mas apenas um IM. Do ponto de vista ideal, até para evitar judiar do seu corpo e da sua mente, o ideal seria que você fosse evoluindo, e aumentando as suas distâncias, aos poucos. Como um colega disse numa das discussões hoje à tarde, o IM seria a cereja do bolo. Eu fiz uma provocação quando percebi que algumas pessoas estavam tendo no IM a sua primeira prova de triatlo. Eu indaguei...que tal fazer logo um Ultraman (nadar 10 k, pedalar 420 k e correr 84 k)? Eu começei com um olímpico e acho que já foi demais, pois fiquei desesperado no mar.

Ou seja, a escolha é sua, mas se você está iniciando no triatlo, não faça o que eu fiz .... vá evoluindo aos poucos, aumentando as suas distâncias aos poucos e curta mais a beleza do triatlo.

Entrevista com Igor Amorelli

Pessoal, Aloha!
O entrevistado da semana é Igor Amorelli. Bom a entrevista estava programada para sair hoje e, por coincidência, ele acabou de correr o IM Áustria e chegar em 5 lugar, numa prova muito disputada. Parabéns Igor, por mais este brilhante resultado.
Pois bem, apesar dos excepcionais resultados que têm alcançado nos últimos tempos, o Igor, de forma muito gentil, aceitou prontamente o pedido de fazer a entrevista com o nosso blog. Entre um treino e outro, uma prova e outra, foi respondendo as questões.

Obrigado ao Igor e a todos vocês que acompanham o blog. Espero que gostem da entrevista!


1) Dados pessoais do atleta

Nome- Igor Fonseca Amorelli

Idade- 28

Altura- 1.81

Peso- 70

Aonde mora- Balneário Camboriu-SC

Aonde treina- Balneário Camboriu-SC

Patrocínios- CPH Triathlon, Aquasphere, Age, Woom, Compressport, Univali, Itajai FME.

Técnicos- Carlos Moraes, Rafael Cruz Palito

 

2) Conte um pouco a sua trajetória no triatlo
Comecei no triathlon aos poucos, primeiro comecei a nadar para ajudar a ter um condicionamento quando pegava onda, depois comecei fazer algumas provas de natação e conheci o pessoal do Triathlon, a partir dai iniciei. Em 2005 fui morar e competir por Joinville, 2006 fiz parte do Cntt da Cbtri em Vila Velha-ES. Em 2009 fui campeão sulamericano de triathlon e da pan american cup de Vina del Mar - olímpico. Em 2010 fui 6º no mundial 70.3 e fui pra Rio Maior-Portugal para outro projeto da Cbtri, e agora estou fazendo algumas provas como o Ironman Brasil que fui 2º.


3) Que tipo de prova você prefere fazer? E qual menos gosta?
Gosto de todas as provas, desde o sprint até o ironman. Mas a que eu mais gosto com certeza é o ironman e a que menos gosto é o duathlon terrestre.


4) Qual é a sua melhor disciplina no triatlo?
Acho que sou um cara bem equilibrado nas três disciplinas, mas o que mais preciso melhorar é a corrida.


5) Como é a sua rotina de treinos?
De segunda à segunda. De manhã e tarde, umas 4 vezes por semana. Manhã, tarde e noite, 2 vezes, e um período,  1 vez por semana. Uma folga a cada duas semanas ou dependendo da fase do treinamento.


6) Como é ser atleta profissional no Brasil?
Além de ter que treinar muito, e às vezes com uma estrutura não tão boa como fora do Brasil, pois aqui o atleta tem que ficar correndo atrás de patrocínios toda hora. E isso é o mais difícil e o que não gosto de fazer. Treinar todos os dias e fácil! Até pouco tempo atrás poucas pessoas me levavam a sério como triatleta. Depois do resultado do ironman Brasil eu tenho recebido mais apoio, além de estar tendo o meu trabalho mais reconhecido.


7) Projetos futuros dentro do triatlo?
Projetos a curto prazo é o Mundial de Kona e Vegas esse ano. Também estamos montando um centro de treinamento de triathlon e recuperação em Balneário Camboriu. Chama-se CPH, que na verdade já é uma academia e, em breve, estaremos inaugurando o centro e juntamente com a nossa Equipe CPH Triathlon esperamos crescer bastante.


8) Você tem sido bem consistente em provas de IM 70.3 e conseguiu um resultado excepcional no IM Brasil. Como fazer para ter bons desempenhos em todas essas provas?
Acho que o principal e que gosto muito de treinar, as três modalidades e todos os tipos de treinos, e isso junto com a equipe e estrutura que temos em Balneário faz uma diferença enorme. Não tem nada de segredo, só muito treino, descanso, alimentação boa, e a diversão que é morar, treinar e conviver com o pessoal de balneario.


9) Que dicas você poderia dar para quem pretende começar no triatlo?
Vejo muitas pessoas iniciando no triathlon pelo ironman, não sou contra isso porque sei que o ironman é o que mais motiva as pessoas no triathlon. Só acho que as pessoas poderiam começar um pouco mais devagar nas distâncias menores e ir evoluindo até chegar ao ironman. Se você quer superar limites, supere os seus limites pra você mesmo e não para os outros. Para muitas pessoas completar um ironman é um feito excepcional, mas vejo que alguns (que têm um pouco mais de facilidade) fazem corpo mole durante os treinos e a competição, mas quando terminam chegam berrando achando que são super guerreiros. Em alguns casos correr 10km abaixo de 40min é muito mais difícil do que completar um ironman, mas assistindo a prova nós conseguimos ver quais realmente sofreram para estar ali e dar o seu melhor. Acho que a dica na verdade foi mais em relação à humildade e um desabafo... hahaha!

Entrevista com Marcus Ornellas

Pessoal, o entrevistado da semana é o triatleta Marcus Ornellas. Bom, o nome dispensa maiores comentários. Sou um grande fã dele e fiquei muito feliz com o fato de ter aceito fazer a entrevista. Uma grande honra poder divulgar, para os leitores do blog, alguns dos pensamentos e opiniões de um grande atleta profissional, que se mantém competitivo após muitos anos. Lembro de ter visto a última prova que ele fez aqui em Santos, no Troféu Brasil...parecia um menino correndo....
 
Espero que vocês gostem da entrevista, está muito legal e mais uma vez, obrigado Onellas por ter aceito. Espero uma rápida recuperação e que volte com muita força ás provas!


1) Dados pessoais

Marcus Ornellas, 42 anos, 67 kg e 1.76 m. Não tenho patrocinadores.

 

2) Conte um pouco a sua trajetória no triatlo

Bom... Vou tentar ser o mais breve possível, se não estarei escrevendo um livro pra vocês!!! Hehehe. Comecei aos 15 anos no Short Triathlon O GLOBO/Armazém dos Esportes. Desde os 11 anos, depois de assistir ao Ironman do Hawaii e aquela dramática chegada da Julie Moss, imaginava um dia poder competir numa prova de triathlon. A oportunidade surgiu e resolvi experimentar. Pedi uma bike emprestada de um amigo da escola, "treinei" menos de uma semana e fui para minha primeira competição de triathlon. Me apaixonei e estou nessa vida desde novembro de 1986.

Aos 16 já competia na categoria Profissional e descobri que tinha uma certa facilidade para pedalar. Aos poucos meu pai me ajudava a adquirir melhores equipamentos. Meu sonho era competir fora do Brasil e junto com os melhores do mundo. De preferência com aqueles que costumava ver nas principais revistas estrangeiras.

Minha primeira vitoria foi aos 18 anos, na praia de Peniche em Portugal, durante o Campeonato Ibérico. Foi uma performance que eu mesmo não esperava e consegui surpreender a equipe espanhola que era fortíssima na época. Foi curioso que durante boa parte da prova enfrentei a hostilidade da torcida portuguesa que não sabia que eu era brasileiro, e pensavam que fosse espanhol.

Competi em diversos Campeonatos Mundiais da ITU (7 mundiais), inclusive na primeira edição em Avignon, na França em 1989. Consegui por duas vezes ser Top 3 em etapas de World Cup, na época era sem vácuo.

Conquistei por duas vezes o Troféu Brasil de Triathlon , três vezes o Campeonato Brasileiro e mais duas vezes o Campeonato Brasileiro de Cross Triathlon.

Em um mesmo ano, consegui a façanha de vencer o Campeonato Brasileiro, Troféu Brasil, Sesc Caioba e o antigo Meio Ironman do Brasil, que era realizado em Porto Seguro.

Entre 2005 e 2011 passei temporadas na Europa e por 3 anos representei um clube de Turin. Itália e França eram as minhas bases e consegui vencer diversas provas em diferentes distâncias ao longo deste período. Há 3 anos meu filho Guilherme nasceu, tornando-se a minha maior inspiração para enfrentar qualquer adversidade no caminho.

 

3) Que tipo de prova mais gosta (olímpico, 70.3, IM). E qual menos gosta?

Gosto de todas as distâncias, porém sempre prefiro percursos bastante montanhosos, desde que sejam provas sem vácuo. As provas com distâncias maiores que o 70.3 e menores que um Ironman são as minhas prediletas. Não gosto de Duathlon e de provas com vácuo liberado, principalmente dos modelos de provas que normalmente são organizadas no Brasil, em percursos super planos contornando cones de ida e volta...

 

4) Qual é a sua melhor disciplina no triatlo?

Apesar de nadar desde os 5 anos, acredito que o ciclismo seja a parte que tenho maior facilidade, e portanto minha melhor disciplina.

 

5) Como é a sua rotina de treinos?

Minha rotina esta um pouco alterada no momento, devido a minha recente contusão. Precisei fazer uma cirurgia no joelho em abril... Nas últimas semanas , a partir do final do mês de maio, estava nadando praticamente todos os dias e progressivamente pedalava um pouco mais e sempre no rolo. Tenho um TACX que me ajuda bastante, pois e' um aparelho repleto de recursos. Com isso consigo treinar bem e todo monitorado, sem me colocar em risco pedalando nas ruas ou estradas.

Durante este período posterior a minha cirurgia, vinha fazendo fisioterapia (caneleira, bola Suíça, manipulações etc) 2 vezes ao dia e durante toda a semana (7 dias). Finalmente esta semana comecei a musculação. Em julho estarei liberado para correr.

Atualmente trabalho de segunda a sábado pela manha e só posso começar meus treinamentos na parte da tarde.

Quando estiver em condições normais, estarei nadando de 4 a 6 vezes por semana. Pedalando pelo menos 5 vezes e correndo 4 vezes na semana. Percebo que infelizmente não posso mais correr mais do que 4 vezes na mesma semana sem me lesionar. Portanto, prefiro correr menos a fim de me manter nas competições por mais algum tempo.

 

6) O que deveria mudar para que novos talentos despontassem com mais facilidade?

Na minha opinião, o número de provas mais curtas deveria aumentar, assim como as provas de aquathlon, a fim de despertar o interesse dos nadadores. Além disso, seria fundamental que fossem criadas competições estudantis nas principais cidades do país, principalmente nas capitais.

A CBTRI criou um circuito chamado Copa Brasil. A ideia e' boa desde que seu calendário proposto seja realmente realizado dentro das datas apresentadas. Sinceramente não sei se a confederação tem noção da importância deste circuito para a formação dos jovens atletas. Espero que sim!

Um maior intercâmbio (clinicas ou trainning camps), oferecido por cada Federação, entre os atletas profissionais e os jovens iniciantes.

Outra questão que acho importante e' que sejam organizadas provas em percursos um pouco mais desafiadores e técnicos. Competir em provinha plana contornando cone, não vai colaborar para uma adequada formação de atletas e muito menos para a descoberta de talentos... Hoje em dia os atletas precisam dominar as 3 disciplinas.


Seguir o planejamento e os moldes da Federação Francesa de Triathlon seria uma boa alternativa. Acredito que esta seja a melhor "Escola" de Triathlon no mundo!!!

 

7) Que dicas você pode dar para quem deseja iniciar no triatlo?

Procure sempre um profissional da área de educação física. Hoje encontramos nas principais cidades do Brasil diversas assessorias esportivas comandadas por atletas profissionais ou ex atletas. São pessoas muito experientes que podem fornecer uma orientação diferenciada e de qualidade. Sugiro que comecem pelas provas de curta distancia e de preferência sem vácuo, tanto pela questão de segurança como também para o aprimoramento técnico da pedalada. Não gaste muito dinheiro em equipamentos. Lógico que existem os equipamentos de segurança e conforto que são essenciais, como o capacete, sapatilhas e roupas de ciclismo. Assim como e' muito importante uma boa escolha do tênis adequado ao seu peso e forma de pisar. Nem sempre o mais caro e' o melhor. Por isso e' importante que este iniciante esteja sendo orientado por um profissional de qualidade.

 

8) Como é ser atleta profissional no Brasil?

Não e' nada fácil e por incrível que pareça, esta cada vez mais difícil... Mesmo depois de Jogos PANAMERICANOS, futura Olimpíadas em 2016 e inúmeras empresas associadas ao esporte, era mais rentável e seguro antigamente. Mesmo lembrando que sempre foi uma corda bamba essa vida de atleta.

Em minha opinião, vejo as empresas atualmente apoiando mais eventos e menos aos atletas profissionais. Estes cada vez mais procuram outra forma de se sustentar a fim de colaborar na sua permanência como atleta de Elite. A disputa em relação aos atletas estrangeiros e' desigual e desleal!!! Não da para comparar. E isso parte desde a aquisição de equipamentos, passando pelas condições de treinamento (área de treinamento) e exposição na mídia. Nosso pais e' uma piada neste quesito...

 

9) Qual foi o seu momento mais gratificante no triatlo?

São vários momentos felizes, começando pela minha primeira competição, passando pela minha primeira vitoria em Portugal. A etapa final da minha primeira conquista do Troféu Brasil também me marcou... Minha prova do Ironman de Nice quando fiz 8h30' foi super gratificante, assim como minha vitoria no Triathlon Longa Distancia do Alpe D'Huez, montanha mítica do ciclismo mundial. Na prova, a montanha estava toda pintada devido ao Tour de France que havia acabado de passar 2 dias antes do Triathlon.

 

10) Qual é o seu segrego para se manter competitivo por tanto tempo?

Segredo... Acho que não existe... Quem me conhece ou conviveu comigo sabe que sempre fui dedicado, regrado e extremamente disciplinado nos treinos. Sempre treinei bastante, sou nutricionista e sempre cuidei muito bem da minha alimentação. Sou extremamente contrário ao consumo de álcool e refrigerantes. Talvez isso, a longo prazo, tenha me favorecido um pouco a continuar competindo. Desde o ano passado tenho enfrentado contusões diferentes. Ano passado minha corrida ficou muito prejudicada por não poder dar seqüência nos treinamentos específicos. Este ano acabei precisando fazer uma cirurgia, pois lesionei meu joelho durante a etapa do Campeonato Brasileiro de Longa Distancia em Fortaleza. Agora, mais uma vez, estarei sendo colocado em xeque... Vamos ver se, mais uma vez, terei forca física e mental para voltar a competir como profissional.

 

11) Quais são os seus projetos futuros dentro do triatlo?

Em Novembro estarei organizando uma etapa do Circuito 25.75 no Brasil, e mais especificamente em Niterói, cidade onde nasci, cresci e que ainda vivo. Há muitos anos que digo que existe um processo de formação de atletas, e que discordo com que tenho acompanhado, vendo atletas sem experiência se "aventurarem" em provas de Ironman. Na minha opinião, existe uma escola a ser cumprida, e que os atletas devam experimentar as distâncias mais curtas e criar uma base sólida para depois experimentarem distancias mais longas.

Esse foi um dos motivos que me levou a trazer esta marca mundial para o Brasil. Poder de alguma forma contribuir na formação de atletas, despertar o interesse dos jovens pelo triathlon e colaborar com os técnicos na formação dos seus atletas, sejam eles de quaisquer faixas etárias.

Em nível de competição, depois que me recuperar plenamente da minha cirurgia, recuperando minha forma física, pretendo correr algumas provas de longa distância na Europa, desde que tenham muitas subidas.

No Brasil, estarei presente somente nas etapas do Estadual do Rio, devido ao longo período que precisei ficar ausente devido a minha contusão. Também aguardo a divulgação do calendário 2014, a fim de confirmar se realmente teremos uma etapa de Ironman ou 70.3 no Rio de Janeiro. Com certeza , se houver, estarei presente!

 

Entrevista com Carol Furriela

Pessoal, dando continuação à série de entrevistas com triatletas, apresentamos hoje a entrevista com a Carol Furriela. Obrigado Carol por ter aceito o nosso convite e compartilhar um pouco dos seus projetos conosco. Muito sucesso na temporada e bons treinos!
 
 
1) Dados pessoais:
nome: Carolina de Lima Furriela Pereira
idade:23 anos
altura: 1.66
peso: 55 kg
patrocínios: Marinha do Brasil, FME Criciúma, AtiLatte
apoios: CTBike Bike Fit, Cia Athletica, 3T, Vitafor, Bike Fan
2) Conte um pouco a sua trajetória no triatlo. Comecei cedo no esporte.Desde criança, sempre nadei.Em 2001, mudei com minha família, de São Paulo para Santos. Em 2003 conheci o triathlon. Lá é super divulgado, e na época, havia um grupo seleto com os melhores triathletas do Brasil: Paulo Miyashiro, Fred Monteiro, Fábio Carvalho...
Em 2005 fiz minha primeira prova de triathlon, um Troféu Brasil, que por ironia do destinho, virou duathlon, tirando a única coisa que sabia fazer decentemente.
A partir de 2006 a trajetória já mudava, havia sido campeã Brasileira Infanto-Juvenil, ganhava o geral amador.
No final de 2007 comecei a largar algumas provas como profissional.
E a partir dai alguns resultados bons vieram: Fui várias vezes Campeã Brasileira, sempre com o lugar no pódio em provas como Troféu Brasil e Sesc.
Em 2010, mudei para Campinas, onde hoje resido e treino.Tenho uma ótima estrutura tanto para treinos, quanto de orientação.
 
3) Que tipo de prova mais gosta (olímpico, 70.3, IM). E qual menos gosta?
Por enquanto faço apenas provas curtas, short e mais frequentemente olímpico.
 
4) Qual é a sua melhor disciplina no triatlo?
Hoje em dia, acredito que os meus 3 estejam bem iguais, mas sempre tenho um bom desenvolvimento na parte da corrida.
 
5) Como é a sua rotina de treinos?
Treino todos os dias da semana: 5 ou 6 vezes natação, 5 ou 6 vezes a corrida, e a bike na rua 4 vezes e 2 sendo treinamento técnico no Ctbike Bike Fit.

6) O que deveria mudar para que novos talentos despontassem com mais facilidade?
Acho que tem de haver investimento nas crianças desde muito cedo. Hoje vemos atletas despontando com pouca idade, entre 20 e 25 anos no topo do Circuito Mundial.Temos que ter escolas específicas de triathlon, voltadas principalmente para a natação que é o que tem ajudado a definir esse tipo de prova.

7) Que dicas você pode dar para quem deseja iniciar no triatlo?
Que começe aos poucos.Que tenha bons orientadores, desde o técnico até o nutricionista. Não tenha pressa para fazer um Ironman, curta todas as distâncias e sinta-se evoluindo em cada uma delas, buscando desafios pessoais.
 
8) Como é ser atleta profissional no Brasil?
Não esta sendo fácil. Pelo menos na parte de provas olímpicas, estamos sem opções de provas que paguem bem. Quando paga bem, a inscrição é um absurdo. Uma das provas mais importantes do Brasil, que chegou a premiar até o 10º lugar, hoje paga só até os 3 primeiros. Os atletas tem deixado de fazer e viver profissionalmente do esporte, porque conseguir patrocínio financeiro, também está bem difícil.
9) Qual foi o seu momento mais gratificante no triatlo?
O momento mais gratificante foi quando participei dos Jogos Mundiais Militares, no Rio em 2011. Foi uma experiência única, desde a prova até toda a equipe envolvida. Estar em uma competição grandiosa, carregando as cores do Brasil é sempre emocionante.
 
 
10) Quais são os seus projetos futuros dentro do triatlo?
Este ano estou focando em provas oficiais.A partir do ano que vem começa a corrida Olímpica, e este ano vai definir muita coisa. Pretendo fazer talvez um meio iron para experimentar a distância, como desafio pessoal.

Entrevista com Guilherme Manocchio

Bom, antes de mais nada, um agradecimento especial ao Guilherme Manocchio, que gentilmente aceitou o convite para a entrevista. Extremamente simpático e muito simples, características essenciais para um grande atleta. Muito obrigado Manocchio e muito sucesso na temporada!!!
 
 
1) Dados pessoais
Meu nome é Guilherme Manocchio. 1m80, 74kg sou técnico da equipe Manocchio Team e resido e treino em Curitiba. Sou patrocinado pela Asics , a Japi (fabricante de metais sanitários e acessórios e móveis pra banheiro) e a Performance Nutrition. Tenho suporte de outras marcas também: a Kuota (bike), Aquasphere (natação), Catlike (capacete e óculos) e shimano (peças de bicicleta). Brychta bikes e Academia Gustavo Borges.

2) Conte um pouco a sua trajetória no triatlo
Ingressei no esporte ainda criança, com 12 anos. Vim do atletismo e me admirei com a dificuldade e os desafios do triathlon. Gostei muito da prática desse esporte e logo estava treinando sério, virando profissional com 18 anos. Aos 25 anos venci minha primeira prova e há 1 ano e meio (com 29 anos) minha primeira prova internacional no Chile.

3) Que tipo de prova mais gosta (olímpico, 70.3, IM). E qual menos gosta?
Gosto mais das provas de distâncias mais longas, pela superação contida nisso. Contudo as provas mais curtas me desafiam sempre, pois são intensas e muito disputadas. Na realidade gosto muito de treinar e competir!

4) Qual é a sua melhor disciplina no triatlo?
Sinceramente, a que eu me dedicar mais. No início da minha carreira tinha dificuldade na natação. Hoje em dia, já as tenho equilibrada e se eu me dedicar mais tempo acabo melhorando uma coisa mais que as outras. Dependendo do tipo de prova especifico mais o treino em determinada modalidade..

5) Como é a sua rotina de treinos?
Inicia sempre com um ciclismo pela manha, de 2 a 3 horas, seguido de uma corrida de 30min a 1h30. A parte da tarde é destinada a natação e algumas vezes na semana musculação e alongamentos.

6) O que deveria mudar para que novos talentos despontassem com mais facilidade?
Deveria ter uma base mais forte no Triathlon. Vários centros de treinamentos, em várias cidades do Brasil. Tal como ocorre no vôlei, o triathlon deveria ser estimulado porque o Brasil tem muito talento.

7) Que dicas você pode dar para quem deseja iniciar no triatlo?
Que é um esporte diferenciado que irá desafiá-lo a cada dia, mas trará bastantes recompensas. Físicas, emocionais e psicológicas. Aprenda a apreciar cada modalidade desse esporte qu e você estará bem encaminhado e satisfeito com o conjunto.

8) Como é ser atleta profissional no Brasil?
É incrível, mas não muito fácil. É uma profissão gratificante e emocionante, contudo muitos profissionais acabam exercendo outras atividades em paralelo (técnicos de equipe, assessorias esportivas, etc) a afinal embora algumas empresas acreditem no esporte, viver exclusivamente disso ainda é para poucos.
9) Qual foi o seu momento mais gratificante no triatlo?
Vencer é sempre muito gostoso e todas as vezes que ganhei uma prova foi especial. Já o momento singular foi a chegada do Ironman Brasil 2011, que fiquei em segundo lugar. Tive muitas dificuldades antes daquele dia e tudo ficou para trás em uma chegada impressionante!!

10) Quais são os seus projetos futuros dentro do triatlo?
Relacionado a provas ainda pretendo fazer o Ironman Wisconsin esse ano, nos EUA. E, obviamente, continuar evoluindo e incentivando esse esporte que sempre me trouxe tantas emoções.

Interview with Pro Triathlete Moka Best


Pessoal, a seguir a entrevista da semana, com a triatleta americana Moka Best. Ela tem uma história bem interessante, pois concilia a dura vida de uma triatleta profissional com a educação e cuidados de 4 filhos pequenos. Um exemplo de determinação.
Ela está se dedicando mais a provas olímpicas, embora já tenha competido diversas vezes em IM 70.3 e mesmo IM. O objetivo dela é estar aqui em 2016, representando a equipe olímpica dos EUA.
 
Hi there! the interview of the week is with the Pro Triathlete Moka Best.
 
 
1) Personal info
 Name: Moka Best
 Age: 26
 Nationality: American
 Profession: Full time Mommy/part time triathlete
 Residency/Location: Salt Lake City, UT
 Other Interests/Hobbies: horseback riding, traveling, photography, making people smile :D
 
2) How did you start tri?
I started tri's four years ago after having my 4th baby in an effort to lose the baby weight. I loved it and was addicted and decided to get competitive. I never grew up swimming or running so it's taken a lot of elbow grease, hard work and dedication.
3) What is your best discipline?
Transition and eating ;) I'm strongest on the bike. I've been cycling for 6 years and live in the mountains so I do a lot of climbing.
4) What about your train routine?
Our focus this season is swimming and running in an effort to get me ready for ITU next year. I swim around 4500meters - 5000 meters 5 days a week. My coach is determined to make a swimmer and runner out of me. I'm on the track at least once a week and also have an intense and high run volume. Basically every workout HURTS!
5) What kind of tri races do you your prefer (70.3, IM, olympic)?
I love Olympic distance. I want to make the 2016 Olympic team and race in RIO!!! The speed and intensity is so fun. The precision and execution on race day has to be perfect and comes down to a science. I also love all the race tactics involved in ITU.
6) What "tips"  could you give to who wants start triathlon?
Don't give up! You never know how close you are to accomplishing your goals. They may seem so far away and hard to reach but are probably closer than you think.
 
7) What are your plans to the future (in the triathlon)?
Train. A lot. Lord knows I need it! I want to gain experience this year and focus on ITU next year.
8) Your fans from Brazil would like to know when you will race here?
2016 Olympics (fingers crossed!!) but hopefully sooner :)

Do que é feito um Ironman

Há alguns dias publiquei esta mensagem no Facebook.
Muitos pediram para que eu a transformasse num post, aqui no Blog.
Bom, atendendo pedidos, até para que a mensagem fique disponível por muito mais tempo, lá vai:
"De que é feito um ironman?
De ferro? Não, de carne e osso. O que nos motiva? Não é simplesmente cruzar a linha de chegada. Acredito que o triatlo é um estado de espírito, um modo de vida. Não devemos nos sentir mais fortes, ou especiais, simplesmente por completarmos um IM, pois existem situações muito mais difíceis na vida, e mesmo nos esportes.
O que vale é o prazer do treino, da superação, de enfrentarmos os nossos medos. Ok, é uma prova dura, mas não vamos nos deslumbrar....existem provas muito mais duras. Ah, estou fazendo ultraman...ok, legal...é uma prova para poucos, mas isso, por si só não nos faz melhores atletas e melhores pessoas. Vejam, existem provas em que vc faz 10 IM's em 10 dias...sempre pode-se ir mais longe.
O que faz o verdadeiro atleta,o verdadeiro IM é a simplicidade, o respeito pelo ser humano. Vez por outra corro com amigos que mal conseguem correr uma milha...o que faço? Os incentivo, vou bem devagar....
Nenhuma prova, nenhum título, medalha ou troféu vale mais do que uma amizade!

Para os verdadeiros IM um grande abraço e uma boa noite"
É isso pessoal, acredito mesmo no que escrevi. Um grande abraço a todos que seguem e acompanham o blog.
Pandeló

Maratona Bertioga Maresias - Solo Race Report

A idéia de realizar a Maratona Bertioga Maresias solo surgiu há alguns meses atrás. Na verdade ela foi pensada como um preparativo para uma prova de Ultraman que farei em outubro de 2013, nos EUA. Como no ultraman corre-se pouco mais de 84 km, uma prova de 75 km seria um bom treino. Meu objetivo nesta prova era apenas de testar uma estratégia de hidratação e nutrição, além de verificar a reação do meu corpo a uma prova de longa duração, com algumas subidas e descidas.
Não posso deixar de agradecer, novamente, ao Alexandre. Ele me acompanhou a prova toda, de bike. Não acredito que seja impossível fazer a prova sem o acompanhamento de uma bike, mas que ajuda, ajuda!
Um ponto cruel da prova é ter que acordar muito cedo. A largada foi bem cedo, acho que 6:15 a.m., se não estou enganado. Ou seja, acordei as 03:00 am. depois de dormir pouco mais de 3 horas, correr 75 km parace um desafio bem interessante. Como sempre, um café da manhã reforçado, com muito carboidrato. na verdade a preocupação com a alimentação e hidratação começou 4 dias antes da prova, com uma estratégia nutricional capaz de manter um alto nível de glicogênio muscular. Não posso deixar de agradecer a minha Nutricionista, Andressa Abreu, pelo apoio em mais está prova. A estratégia foi perfeita, pois o pace planejado foi mantido, além do que não senti cãimbras e nehum tipo de incômodo.
A estratégia de prova era a de manter um pace de 6:00/km. assim a previsão era de terminar a prova em 07:30/07:45 hs. Acabei terminando a prova em 08:06, mas não por ter mudado a estratégia, ou ter reduzido o pace, mas sim por ter andado nas descidas, pois o "estrago" nos joelhos é brutal nestes casos. A seguir vou reproduzir o planejado e o executado em cada trecho da prova.
trecho 01 (10,8 km) previsto 01:10 - executado 01:07
trecho 02 (5,6 km) previsto 00:35 - executado 00:33
trecho 03 (6,8 km) previsto 00:40 - executado 00:39
trecho 04 (6,2 km) previsto 00:40 - executado 00:36
trecho 05 (14,2 km) previsto 01:40 - executado 01:33
trecho 06 (9,7 km) previsto 01:10 - executado 01:15
trecho 07 (10,4 km) previsto 01:05 - executado 01:06
trecho 08 (10,9 km) previsto 01:10 - executado 01:17
Ou seja, o executado ficou bem próximo do planejado. Não fosse as caminhadas nas descidas, acho que teria "batido" o tempo planejado. Mas a opção por andar nas descidas foi por preservar as articulações, uma vez que as descidas (assim como as subidas) são muito desgastantes.
Para esta prova testei, pela primeira vez, emprovas o EFS Shot. Muito bom! Aprovado. os produtos da EFS são muito bons e ajudam a prevenção de cãimbras. O EFS Shot é bem concentrado, de modo que com 2 pequenos frascos tive a quantidade de carboidratos para a prova. no meio da prova me deu muita vontade de tomar uma Coca-Cola. acabei tomando 2, em pontos diferentes.
Ao final da prova estava super bem, pois não forçei o ritmo em momento algum. Óbvio que ficou a sensação de que dá para baixar bem o tempo, mas não era este o objetivo. O objetivo era testar pace, testar a reação do corpo a este tipo de prova. Em 2014, caso a agenda de provas e treinos permita, farei novamente a prova, com a meta de fechar em 7 horas. Não é nada absurdo.
Emocionante mesmo é ver as pessoas que não desistiram, apesar de todas as dificuldades. Muitos tiveram cãimbras, ou algum tipo de problema no percurso, mas não abandonaram a prova; seguiram em frente. Esses são os verdadeiros campeões.